Monsenhor Francisco Cruz

Francisco Cruz nasceu em Portugal, aos 21 de setembro de 1885. Sentindo o chamado de Deus para o sacerdócio, ingressou no Seminário de Guarda, onde, com brilhantismo, fez seus estudos de filosofia e teologia e ordenou-se padre no dia 25 de julho de 1909.

Jovem ardoroso, dedicou-se desde o início de seu ministério à pregação apostólica. Fazendo uso da palavra que lhe era fácil, e da pena em que era mestre, saiu em defesa da fé e da igreja de Cristo, contra os ataques odientos de seus inimigos. Pressionado por questões políticas e religiosas de sua época, deixou sua Pátria e veio para o Brasil, aqui aportando em 1912 e fixando-se na Arquidiocese de Campinas que o acolheu com muito carinho e esperanças.

Ocupou vários cargos, desempenhando-os sempre com muito zelo e amor apostólico. Foi vigário da vizinha cidade de Porto Ferreira até 1914. Daí transferiu-se para Monte Mor, onde exerceu o paroquiato até 1918.Em seguida foi nomeado para a cidade de São Pedro, onde foi vigário até 1932.

Foi neste ano de 1932 que ele veio para Pirassununga, assumindo a Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, onde permaneceu até 1956. Portanto, durante 24 anos exerceu seu eficiente paroquiato, colocando sua brilhante inteligência e seu ardoroso zelo sacerdotal na construção do Reino de Deus. Semeou a mãos cheias a boa semente do Evangelho no coração do povo corimbatá, em toda a extensão deste grande município pirassununguense, cujos frutos, ainda hoje, estamos colhendo.

Em 1956, cansado, sofrido, renunciou ao cargo de Pároco, tornando-se emérito e foi viver seus últimos dias de vida, na Casa do Capelão, no Asilo Nossa Senhora de Fátima, menina de seus olhos, obra beneficente que com tanto amor e dedicação ele mesmo fez construir, para abrigar irmãos idosos e carentes.

Lá faleceu no dia 24 de julho de 1970, aos 85 anos. Foi sepultado no cemitério local.

O Monsenhor Cruz era uma personalidade marcante, um homem de letras, possuidor de uma cultura superior invulgar. Dedicou-se sempre aos estudos filosóficos, teológicos, escriturísticos, bem como aos estudos sociais, pedagógicos e humanos. Era um homem de mente lúcida e equilibrada, acolhia a todos sem fazer acepção de pessoas, grandes e pequenos, ricos e pobres, sábios e ignorantes. Sua vida foi uma dedicação total no cumprimento de seus deveres de Pároco, esquecendo-se de si mesmo para acolher e socorrer as necessidades dos outros.

Na sua riqueza espiritual viveu pobre e morreu pobre. Fez de sua vida um serviço a Deus e a seus irmãos. Honrou sua vocação e sua igreja. Cumpriu com dignidade sua missão. Por isso, para nós da APLACE, ele é imortal. Sua grande humildade permitia que se lhe chamassem simplesmente de padre Cruz.