Fernando Costa

Nascido em São Paulo a 10 de Junho de 1886 de uma tradicional família paulistana, Fernando de Souza Costa diplomou-se na Escola Superior de Agricultura “Luís de Queiroz”, em Piracicaba. Em 1908 casou-se, em Piracicaba, com Anita da Silveira Mello, filha do dr. Joaquim da Silveira Mello, engenheiro e agricultor. Logo depois, em 1911 fixou sua residência em Pirassununga, onde modestamente iniciou a sua vida, dirigindo um pequeno estabelecimento industrial. Trabalhador e perseverante conseguiu dentro de pouco tempo, desenvolver a sua indústria, transformando-a numa empresa cheia de prosperidade.

Com a morte do Coronel Franco foi o Dr. Fernando Costa, então vereador municipal, aclamado prefeito, pelos seus pares, em 1913, e investido da elevada tarefa de diretor da política local, sendo reeleito sucessivas vezes. Como prefeito municipal, cargo que exerceu de 1912 até 1927, quando a convite do Presidente do Estado de São Paulo, Júlio Prestes, assumiu a gestão da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, foi o dr. Fernando Costa de uma operosidade que não se discute.

Administrador inteligente e hábil, contando apenas com a limitadíssima verba de um município de rendas modestas, conseguiu realizar, no entanto, obras de largo fôlego, transformando Pirassununga, numa cidade de feições modernas, num centro florescente e de ininterrupta atividade. Alargou o perímetro da cidade abrindo avenidas pitorescas que, bordadas de árvores simetricamente risonhas, emprestavam ao ambiente um ar sadio, reconfortante e pleno de alegria. Iniciou a construção de estradas de rodagem no município; difundiu o ensino rural; reformou as ruas e praças da cidade; fundou o Asilo da Velhice e Mendicidade e com o seu prestígio entre as autoridades da época colaborou para a vinda a esta cidade da Escola Normal (IEEP); melhorou o abastecimento de água da cidade fazendo nova captação para atender aos reclamos da cidade, que vinha duplicando sua população, a Cadeia Pública e o Fórum e, também junto ao Governo Federal, o 2º Regimento de Cavalaria Divisionária e a Escola de Aeronáutica. Ainda com o seu prestígio junto aos amigos de São Paulo e elementos do município, conseguiu o capital necessário para a instalação da Fiação e Tecelagem de Pirassununga.

Montou uma nova usina elétrica municipal destinada ao fornecimento de luz à cidade; desenvolveu o serviço de água e esgoto; auxiliou a construção do “Orfanato Menino Deus” e reformou a Santa Casa de Misericórdia, da qual foi provedor durante 15 anos. Logo que empossou como prefeito, em 1912, pôs os sentenciados pela justiça nos trabalhos das estradas de rodagem de Pirassununga. Foi no seu tempo de prefeito que se construíram em Pirassununga os edifícios da Cadeia e Fórum e da Escola Normal. Este último é uma linda obra de arte arquitetônica, de linhas elegantíssimas, que chamam a atenção do visitante mais despreocupado, ferido pela singular beleza do majestoso prédio. Fez um trabalho intenso para que na terra se instalasse o 2.° Regimento de Cavalaria Divisionária, de nosso glorioso Exército.

Exerceu diversos cargos públicos inclusive o de Deputado Estadual, de 1918 a 1927, concomitantemente com a administração do município; e em seguida como Secretário da Agricultura no período de 1927 a 1930 continuou a elevar o nome de Pirassununga, mas também muito fez para o nosso Estado. Em 13 de Novembro foi nomeado Ministro da Agricultura dos Estados Unidos do Brasil, realizando feitos de extrema importância para o nosso país. Em 1941 foi nomeado interventor Federal do Estado de São Paulo. Apoiado por Getúlio Vargas, seria provável candidato a Presidente da República.

Porém, no dia 21 de Janeiro de 1946, com 60 anos de idade, nas proximidades da cidade de Louveira, ao desviar de um veículo que vinha em sentido contrário e na contramão, chocou-se contra um poste que caiu sobre seu próprio veículo, vitimando-o momentos após o acidente.