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Eloas de Mello Ayres

Cadeira 30

Foi um dos professores mais capazes de Piracicaba, respeitado especialmente pela integridade de seu caráter.

Nascido em Capivari, no dia 2 de junho de 1890, Elias de Mello Ayres era filho de Elias Cândido Ayres e de Maria Custódia Anhaia Mello.

Muito cedo transferiu-se para Piracicaba onde estudou na Escola Complementar formando-se em 1910.

Iniciou no magistério em Rio das Pedras, passando depois por Pirassununga, na cadeira de Biologia. Em seguida foi transferido para a Escola Normal de Piracicaba – atual “Sud Menucci” – tendo lecionado também no Colégio Piracicabano e no Colégio Assunção. Sua atuação no ensino paulista foi impar tendo participado de cargos de alta relevância na Educação de São Paulo.

Militou no jornalismo de Piracicaba durante 50 anos. Foi integrante da Santa Casa de Misericórdia e um dos mais dedicados membros da Sociedade de Cultura Artística. Orador notável, foi poeta e músico também, tendo versos seus musicados pelos maestros Fabiano Losano, Benedito Dutra e Erotides de Campos.

De apelido Nhonhô, o prof. Elias de Mello Ayres era filho de farmacêutico. Com 14 anos, na cidade de Rio das Pedras, já se destacava como regente da banda de música.

Ao princípio tocava clarinete. Mais tarde, talvez buscando o aprimoramento, ou ainda por ter chegado próximo à perfeição, tenha buscado no violino o som dosa anjos. O professor Elias estudou na cidade de Piracicaba e veio a se casar com Dona Maria Amélia de Aguiar Ayres com quem teve cinco filhos.

Nos idos de 1920 foi nomeado professor de Português da Escola Normal de Pirassununga e aqui foi amigo de Fernando Costa e Erotides de Campos, seu parceiro na autoria de músicas como Alvorada de Lírios e Rumo ao Campo, sendo que esta última veio a ornar-se o Hino Oficial das Escolas Rurais do Estado de São Paulo.

Conta-se que a última canção de Erotides de Campos, ou seja, sua morte, foi composta pelos desígnios de Deus e teve como parceiros, os braços do amigo Elias de Mello Ayres. O professor Elias de Mello Ayres amava a mocidade. Voltado à liberdade, defensor intransigente da legalidade e para dar exemplo aos alunos foi voluntário da Revolução Constitucionalista de 1932, partindo para a frente de batalha com o Segundo Batalhão Pirassununguense.

Pirassununga aprendeu a amar o professor Elias de Mello Ayres através da lira do poeta consagrado, da mão destra veemente, do verbo inflamado do orador, porque Mello Ayres, a exemplo da estrela cadente, deixou um sulco luminoso à sua passagem por esta terrinha.

Quando em Pirassununga, Elias de Mello Ayres teve uma desavença com o dr. Justino Maria Pinheiro, na época professor de uma das cadeiras da Escola Normal. Depois a vida levou os dois desafetos a lugares distintos.

Uns dois meses antes de falecer, Elias pesquisou e localizou o dr. Pinheiro na cidade de Itu. Então, se dirigiu até aquela cidade, procurou o antigo desafeto e reatou a boa convivência.

De tudo que se sabe sobre a personalidade desse ilustre professor, nada é mais revelador da sua alma de poeta, como a Marcha a Pirassununga, hoje nosso Hino Oficial.

Elias de Mello Ayres foi professor na Escola Normal. Era compositor e escreveu a letra do hino oficial de Pirassununga: “Em cujo solo esplendem flores, em cujo céu reina a poesia”.

Faleceu no dia 10 de junho de 1960, no Hospital da cidade de Piracicaba, onde residia em seus últimos anos de vida, já aposentado de suas atividades profissionais, com 70 anos de idade.

Eloas de Mello Ayres
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